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quarta-feira, 10 de janeiro de 2007

Desarticolado


vertigem para onde resvala o imensurável pedaços de memória amarrados feixe de lenha pra queimar um dia fogueira monumental do que guardo ( ardo tudo o que fui madeira guardada como espera de incêndio) ah os cacos dos dias que se foram dependurados na janela! enfeite desbotado prego velho que merda de aparências mal arquitetadas vive o grande projeto de ser qualquer coisa risco líquen muro esquina esta coisa de estar atrás dos olhos tudo o que sou é janela de ver a si mesmo em fragmentos e sei que vou morrer ah mas ilha cercada de morte por todos os lados tem de receber um náufrago nativo-estrangeiro seja lá o que for de que cor textura ritmo será feito o último instante e onde estacionar as memórias todas entalhar na madeira rabiscar num muro vejam fui aquele morto antecipado aquele cujos pedaços mal fossilizados ainda recendem a animal vivo vinculado a uma porção de matéria que se chamam pertences bugiganças tranqueiras essas coisas de que o uso e o desuso se nutrem por favor tirem tudo o que está nos arredores da minha retina não quero nada que me roube a atenção e no meio de um quase oásis-nada feito de ausência quero encontrar a fonte organismo-textura para a minha consciência

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