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domingo, 19 de novembro de 2006

Primeiros cacos

"Com pedaços de mim eu monto um ser atônito"
Manoel de Barros, no Livro Sobre Nada

Eu sou fragmentário. A casa que eu quis fazer de pensamentos e planos começou a cair quando se erguiam as primeiras paredes. Do desmoronamento tirei palavras: algumas eu quis usar por desespero, outras já eram minhas, mas, destruídas, tomaram posse da desordem. Destas últimas eu ergui o caos, e não me perguntem que definições eu tirei dos dicionários porque já me esqueci faz muito tempo. Eu ergui o caos da poeira e fiz dele palavra minha, uma palavra para fazer frente a todas as outras. A ordem nascida da desordem, ou casca de ordem guardando o ovo-caos como um fóssil vivo. O caos deixado-em-si-mesmo ou exposto por dentro...

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